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A Colecção Ephemera revela aos leitores os primeiros boletins semanais de cortes à imprensa, produzidos em 1932, ainda sob a Ditadura Militar. Abre‑se assim caminho a uma nova interpretação — mais profunda e rigorosa — da vida social, polÃtica e económica do paÃs num momento em que a vitória do Estado Novo era tudo menos incontestada.«O livro de Júlia Leitão de Barros mostra como se construiu essa arma polÃtica do Estado Novo, destinada a garantir ‘que só existe o que se sabe que existe’, como dizia Salazar. E, usando os boletins de cortes da imprensa iniciados nos anos 30, revela‑nos que o paÃs que ‘existia’ não podia ser conhecido. E que nem mesmo a oposição mais tenaz contra a ditadura podia ‘ver’ esse paÃs real em toda a sua dimensão: o Portugal das fraudes, da pedofilia, das violências anticlericais, das disputas mortais pelas águas ou pelos baldios, do nepotismo e da corrupção dos poderosos, das cunhas, dos espancamentos, das torturas, dos assassinatos, da guerra. O paÃs que não tinha ‘brandos costumes’.»