Não há luz neste quarto nem neste pequeno livro: são escritos que apresentam uma carga escurecida, ébria, delirante. Apesar de vislumbres de raios de sol, onde passou algum tempo da sua vida - no Sul de Espanha, a maioria dos textos remete-nos para atmosferas de dor, de dúvida, de dívida para com a sua mente. O amor e o sexo entram em linhas com rumos diferentes. Os gritos mudos de perturbações lúcidas acompanham estrofes e orações que jamais so¬nharam merecer compreensão - a não ser de quem as sente. Mais do que textos, são pautas para sinfonias tocadas a sós. Não há luz que ilumine sorrisos. Não há luz que permita deixar entrar na sua condição. Apenas registos que são janelas fechadas. Apenas gavetas com vivências armazenadas. Não há luz neste quarto é de difícil digestão e, como tal, deve ser lido deitado ou sentado, embriagado ou não, sem complexos de não poder entender a sua própria complexidade. |