TEATRO NATURALISTA

Teatro Naturalista
 

AUTHOR: 

REBELLO, LUIZ FRANCISCO

PUBLISHER: 

IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA

SERIES: 

BIBLIOTECA DE AUTORES PORTUGUESES

ISBN: 

9789722719629

EDITION: 

1

PHYSICAL DESCR.: 

324 p.

PUBL. DATE: 

2013-01-01

LANGUAGE: 

por 
25,30 €

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Na verdade, o drama e a comédia de actualidade varreram do palco a evocação da antiguidade clássica e do passado histórico nacional, concentrando no presente e em personagens extraídas da vida real, sujeitas às respectivas contingências, a acção da fábula posta em cena. Os templos, os palácios, os castelos e os paços medievais foram substituídos pelos salões burgueses, pelas estalagens e pelas fábricas; os barões, os capitalistas do fontismo, os jornalistas e os operários tomaram o lugar dos deuses, dos monarcas e dos cavaleiros. O Teatro aproximou-se da vida concreta, mas propôs dela um retrato dulcificado, uma imagem fantasiosa, maniqueísta, que mostrava estereótipos em vez de caracteres, e que esvaziava os conflitos sociais do seu substracto ideológico, reduzindo-os a equações abstractas de interesses e sentimentos. Dificilmente poderia ser de outro modo, dada a interacção do drama com as condições sociais em que é gerado.

A sociedade portuguesa da Regeneração, caracterizada por uma aristocracia decadente, uma burguesia acéfala, ávida de poder e honrarias, um proletariado incipiente, um campesinato retrógrado, não tinha capacidade de «extrair dos actos da sua vida senão a pequena chicana de ambições medíocres ou o episódio de uma sentimentalidade sem fé e sem paixão», como observou Ramalho Ortigão n’As Farpas, ao abordar, ele também, «a questão do teatro». Mas a abertura do palco aos espaços da actualidade veio propiciar a renovação que se impunha. O passo seguinte, que à nova escola competia dar, consistia então em dotar aquelas marionetas estereotipadas da espessura ontológica e da dimensão fisiopsicológica que lhes faltavam, convertendo-as em criaturas de carne e osso, «cujo cérebro e cujos músculos funcion[ass]em como na natureza» (para citar Zola) e pô-las a viver, nesses espaços já criados, situações observadas na vida quotidiana e transpostas, segundo os cânones da arte, «em perfeita conformidade com a verdade natural» (a expressão é de Júlio Lourenço Pinto, no «Prólogo» do seu romance Margarida, 1880). Era essa a missão do realismo e do naturalismo. Veremos como entre nós foi — ou não — cumprida
 
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