Judaica nas coleções da Biblioteca Nacional de Portugal
séculos XIII a XVIII
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Catálogo que reúne uma seleção das obras mais representativas da Biblioteca Nacional de Portugal em hebraico ou sobre a lÃngua hebraica e relativas ao judaÃsmo e a judeus, manuscritas ou impressas até ao séc. XVIII. Encontra-se organizado em seis núcleos: BÃblia; Liturgia, Ritual e Homilética; LÃngua Hebraica; Literatura Didática; Flávio Josefo e FÃlon de Alexandria, e Polémica antijudaica.
Sublinhe-se que a especificidade da coleção Judaica da BNP resulta do contexto histórico do paÃs, em particular da inexistência de judaÃsmo legal em Portugal, entre o final do séc. XV e o inÃcio do séc. XIX, e da censura da Inquisição.
Salienta-se, em primeiro lugar, a quase inexistência de obras hebraicas impressas em Portugal, à exceção dos incunábulos hebraicos anteriores à expulsão. E em segundo lugar o facto de a maioria das obras hebraicas raras existentes na BNP terem sido produzidas por hebraÃstas cristãos para um público cristão, designadamente católico, como se comprova pelos locais de impressão (Paris, Antuérpia, Veneza, Alcalá). Entre elas, destacam-se as bÃblias hebraicas e as obras sobre a lÃngua hebraica, quase todas do séc. XVI, na sua maioria provenientes de livrarias conventuais.
Em terceiro lugar, é de realçar, como consequência do desterro dos judeus peninsulares, que as obras produzidas por e para judeus foram impressas na diáspora, em Ferrara, Veneza, Amesterdão, Londres ou Hamburgo, com o objetivo de satisfazer as necessidades religiosas dos novos judeus – cristãos-novos retornados ao judaÃsmo – portugueses e espanhóis. Essas obras foram adquiridas, na sua maior parte, a partir do séc. XVIII, quando o clima de abertura cultural em Portugal fomentou o interesse de intelectuais pelos estudos judaicos, como são os casos, entre outros, de Frei Manuel do Cenáculo e António Ribeiro dos Santos, primeiro bibliotecário-mor da Real Biblioteca Pública da Corte, antecessora da Biblioteca Nacional de Portugal.