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A identidade passa necessariamente também pela religião, não se podendo ignorar que a Europa tem uma matriz cultural cristã na sua construção, de que o território local e o território nacional são testemunhos. Reconhecendo essa matriz, a 24.ª edição do Turres Veteras elegeu como tema Os Santos e a Identidade Local: Vidas, hagiografias e cultos. Conceituados especialistas oriundos, principalmente, de centros de investigação de diferentes universidades portuguesas apresentaram comunicações no decorrer desta edição do evento, no auditório do EdifÃcio dos Paços do Concelho e na Igreja de Nossa Senhora Graça. Entre os vários Santos abordados, permitam-me destacar São Gonçalo, de Lagos e de Torres Vedras, por referência aos lugares de nascimento e morte, que foi prior no mosteiro de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras, sabemos agora, entre cerca de 1435 e 1445. Este encontro, que decorreu em 2022, coincidiu, precisamente, com a comemoração dos 600 anos da morte de São Gonçalo, padroeiro de Torres Vedras, que está, relembre-se, sepultado na Igreja da Graça. Pois, tinha-se por ano da morte de S. Gonçalo a data de 1422, assim fixada desde o século XVII, que apenas a investigação desenvolvida no âmbito da comemoração do VI centenário permitiu rever. A 24.ª edição do Turres Veteras permitiu, assim, investigar, partilhar e debater sobre o papel histórico dos Santos na construção contÃnua da identidade local, forçosamente distinta de época para época. Unindo o passado ao futuro, a partir de traços identitários, registados em textos, na toponÃmia, nas artes, na história, na cultura e, de vez em quando, projetado o seu nome no nome escolhido para cada um de nós.