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Com a passagem da primeira para a segunda metade do século XIX, Portugal conhece finalmente um processo de evolução que o faz transitar do pensamento antigo para o pensamento moderno. Entrando embora em consideração com o processo de mudança que se verificou no domÃnio polÃtico, social e cultural, A filosofia da religião em Portugal (1850-1910) ocupa-se essencialmente da evolução e mudança que se operou a nÃvel da conceção de Deus e da religião.
Centrando-se na conceção das principais figuras do pensamento filosófico português (Amo rim Viana, Cunha Seixas, Teófilo Braga, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Sampaio Bruno, BasÃlio Teles ... ), este estudo demonstra que com estes autores, cujos móbiles não são a irreligiosidade, o agnosticismo ou o ateÃsmo, mas sim a sua identificação com os valores da razão, da consciência, da tolerância e do progresso, Deus e o religioso passam a ser concebidos segundo os pressupostos e os parâmetros duma religião de natureza mÃstica, assente na razão e no mistério.
Contando na génese com o particular contributo de Amorim Viana, tal conceção mÃstico-racional de Deus e da religião culmina com duas versões especiais, ambas alternativas e substitutivas das formas de religião que se reclamam da revelação positiva e do carácter institucional, incluÃdo naturalmente o cristianismo católico: uma, a de Sampaio (Bruno), que consiste na afirmação do misticismo gnóstico da cabala judaica, mormente a nÃvel da versão moderna desta; outra, a de BasÃlio Teles, que consiste na afirmação dum misticismo imanentizado e panteÃsta do Divino, de matriz greco-pagã.
