Alguns livros da minha bliblioteca e outras histórias, 8

Alguns livros da minha bliblioteca e outras histórias, 8


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Olhando para o fundo da história, percebemos que Steiner tinha razão: "A escrita constitui um arquipélago na imensidade oceânica da oralidade humana." Sabemos pouco da génese e infância da escrita. São muitas as opacidades. Seja como seja, constatámos que a palavra oral se volatiza. Por meio de símbolos gráficos, descobrimos a possibilidade de escrever palavras e dessa forma ampliámos até ao infinito a nossa capacidade de comunicação. Ditas ou colocadas na ordem certa as palavras criam e mudam a realidade, que ferem, mas também curam, e assim experimentámos a força operativa das palavras, o seu singular poder de sedução e encantamento. Depois ou em simultâneo, percebemos que os textos dos livros rompem as fronteiras do tempo e do espaço, puxam o passado para o presente, dão vida ao que partiu, transcendem e sobrevivem aos seus autores, que também imortalizam personagens e as tornam contemporâneas dos vindouros. Os livros não apenas nos multiplicam a vida, fazem com que vivamos muitas vidas. De certo modo, todo o universo é um livro imenso. Não será casual o facto de o Livro da Vida se encontrar, segundo o Apocalipse, no centro do Paraíso identificado com a Ãrvore da Vida. Objeto singular, motivo de afeição e veneração, capaz de despertar laboriosas procuras, furiosas paixões e mesmo crimes, o livro é uma aventura coletiva: autores, paginadores, revisores, designers, ilustradores, impressores, encadernadores, editores, livreiros, químicos, arquivistas, alfarrabistas, etc. em torno dele se convoca, portanto, um Universo imenso.