Encarnando a europeia

Os questionamentos orientadores desta pesquisa surgiram-me em 2010, quando entrei em contato pela primeira vez com uma transexual europeia, numa pesquisa sobre processos de construção de corporalidades por travestis e transexuais em uma cidade brasileira. Jana fora aos 19 anos para Espanha, onde colocou sua primeira prótese de silicone. Suas modificações corporais chamaram-me a atenção: cirurgias plásticas no nariz, na testa, no queixo, nos seios e quadris, retirada de costelas para o afinamento da cintura, dentre outras que destoavam do meu trabalho de campo. Dada a escassez de conhecimento, em vista da recente intensificação do fenômeno, o principal objetivo deste trabalho será compreender sociologicamente essas biografias corporais e como elas são construídas e alteradas através das experiências de mobilidade em territórios do trabalho sexual no continente europeu.