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Este livro começou por ser pensado, ainda nos anos 80, como uma série para a RTP. Uma desforra pela ignorância a que, então jovens, tÃnhamos sido condenados na década de 60, quando o mundo e o paÃs à nossa volta sofriam profundas mudanças. Uma luta pela memória do que não nos fora permitido conhecer, ouvir, ver, contar devidamente: da fuga de Peniche no inÃcio de Janeiro de 1960 à s manifestações de 1969, passando pelas crises académicas de 62 e 65, o desvio do Santa Maria, o Golpe de Beja, as lutas de libertação em Angola, Guiné‑Bissau e Moçambique, o assassinato do general Humberto Delgado, as grandes cheias de 1967, a substituição de Salazar por Caetano. Tudo peneirado pela Censura, contado pela voz do poder, apenas suspeitado pelas notÃcias chegadas clandestinamente do estrangeiro, pelos exemplos internacionais, pelas canções que a rádio proibia mas sabÃamos de cor, pelos filmes que os cineclubes nos traziam, mesmo que amputados. No reduzido noticiário internacional, seguÃamos também as lutas pelos direitos civis dos negros norte‑americanos, a contestação à guerra do Vietname, o cisma sino‑soviético. O mundo estava a mudar e nós querÃamos ser parte dessa mudança.
Vinte anos depois, jornalista na RTP, percebi como a Censura nos dificultava também o acesso ao passado. Mas havia que fazer justiça àqueles que se opuseram à ditadura ao longo dessa década. É isso que Geração de 60 tenta fazer através de cerca de uma centena de depoimentos de protagonistas, conhecidos ou anónimos, e de vários documentos de época. Agora também em forma de livro.