Inteligência artificial
entre a utopia e a distopia, alguns problemas jurÃdicos
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O anúncio distópico de uma inteligência artificial dita forte, potencialmente transformadora do homem e da sua interação com o meio que o circunda ou mesmo aniquiladora da pessoa, não pode deixar de convidar aqueles que efetivamente queiram assumir a tarefa especificamente humana em que se traduz a concreta função do jurista nos nossos dias a uma reflexão aprofundada sobre o sentido e a intencionalidade da juridicidade, a determinar necessariamente limites à s potencialidades que a técnica vai oferecendo. Acresce que, mesmo que se venha a reconhecer que a distopia, afinal, não é senão utopia, há especÃficos problemas de quid iuris que, sendo suscitados pelas caracterÃsticas da autonomia e da autoaprendizagem dos algoritmos inteligentes, não podem ser solucionados com recurso à s tradicionais estruturas dogmáticas, que se mostram insuficientes para lidar com a nova realidade emergente. Sem pretensões de exaustividade, com um caráter fragmentário – porque a intenção é sobretudo deambular entre a distopia e a utopia e não oferecer um estudo acabado sobre estes tópicos -, procura-se refletir sobre alguns dos problemas que se colocam, sem nunca prescindir da pressuposição de sentido ético-axiológico que colora a juridicidade. Essa reflexão é agora, comparada com a que teve lugar na primeira edição da obra, mais alargada, o que resulta da continuação dos estudos da autora sobre a matéria. Aproveitou-se, igualmente, para, num domÃnio marcado pela rápida obsolescência técnica e normativa, atualizar o texto por referência a muitos tópicos.